Como controlar a raiva e manter a paz interior

Quando o copo já está cheio

Sabe aquele dia que começa errado e parece que tudo colabora pra dar ruim? O despertador não toca, o café derrama, e ainda tem alguém que resolve tirar sua paciência no trabalho. É nessas horas que parece impossível se controlar.

Mas, olha, a raiva não chega do nada. Muitas vezes, ela só transborda porque a gente já vinha carregando um monte de coisa.

E aí vem a pergunta: será que o problema foi só aquele comentário atravessado? Ou é o acúmulo de coisas engasgadas?

Se você sente que o “copo tá cheio”, é hora de esvaziar. Nem que seja com uma caminhada ou uns minutinhos de silêncio. Funciona, viu?

Ninguém te ensinou isso — e tá tudo bem

A verdade é que quase ninguém aprende a lidar com raiva do jeito certo. Desde criança a gente ouve “engole o choro” ou “não grita assim!”. Aí a gente cresce sem saber o que fazer quando a emoção aperta.

Tem quem desconte nos outros. Tem quem se feche. E tem quem só exploda de vez em quando, mas se culpe depois.

A boa notícia? Você pode mudar isso. Não precisa virar uma monja zen, só precisa começar a se ouvir de verdade.

Reconhecer que está com raiva já é um passo. Não precisa justificar, nem esconder. Só reconhecer já ajuda a não deixar ela virar um monstro.

Se der, sai de perto

Às vezes, a melhor coisa é dar um tempo. Literalmente. Levanta, sai da sala, vai beber água, inventa uma desculpa se precisar.

Uma amiga minha dizia que contava até 10. Eu prefiro dar uma volta no quarteirão. Cada um tem seu jeito.

O importante é lembrar que você não precisa responder na hora. Sabe aquele impulso de dizer algo só pra machucar? Ele passa. E quando passa, a gente costuma se arrepender bem menos.

Se puder evitar o conflito no calor da emoção, já é meio caminho andado.

Escreve o que sente — sério!

Tem dias que a raiva é tanta que nem dá pra conversar. E tudo bem. Nessas horas, papel e caneta viram seus melhores amigos.

Já tentei isso uma vez no meio da madrugada. A cabeça estava fervendo, não conseguia dormir. Peguei um caderno e escrevi tudo. Tudo mesmo. Gritei, reclamei, chorei escrevendo.

No fim, parecia que tinha tirado um peso do peito. Nem precisei mostrar pra ninguém. Só de colocar pra fora, já deu alívio.

Você pode fazer isso também. Vale até escrever no celular, se preferir. O que importa é soltar o que tá te sufocando.

Nem toda raiva precisa de palco

Tem gente que acha que só se alivia quando grita, quebra, briga. Mas nem sempre é esse o caminho.

Às vezes, o silêncio também é forte. Principalmente aquele que vem da calma, não da mágoa.

Teve uma vez que ouvi uma crítica injusta. Eu podia ter rebatido. Tinha mil argumentos. Mas, na hora, só respirei e fiquei quieta. Não por medo. Por escolha.

Depois, me agradeci por isso. Porque controlar a raiva também é proteger a nossa paz.

Respire fundo — o segredo está no primeiro passo

Sabe aquele momento que a raiva quase explode? O coração acelera, as mãos suam, a vontade de gritar é gigante… Nesse instante, tudo que você precisa fazer é respirar.

Não é exagero, vai por mim. A respiração tem o poder de acalmar nossa mente e o corpo. Quando você sente a raiva começando a tomar conta, feche os olhos e respire devagar. Tente fazer isso por alguns segundos.

Acontece que, quando a gente fica nervosa, a respiração fica superficial, e isso só aumenta a tensão. Já experimentou respirar como se fosse alguém que está relaxando? Vai por mim, isso pode te ajudar muito a recobrar a calma.

Fala pra você mesma: “não vale a pena”

Quando a raiva bate forte, a gente quer sair respondendo, xingando, “dizendo umas verdades”. Eu sei, é tentador. Mas pensa comigo: em que isso vai te ajudar?

Na maioria das vezes, a raiva só alimenta mais raiva. Se você conseguir dar um passo atrás, olhar pra situação e dizer: “isso não vale a pena”, vai se sentir mais no controle.

Isso não significa que você tem que engolir tudo. Só significa que, em certos momentos, é mais inteligente deixar a situação passar.

Eu já passei por isso. Às vezes, a raiva é tamanha que nem sei de onde vem. Só que, com o tempo, percebi que o silêncio e a escolha de não reagir também são formas de controlar a raiva.

Reflita antes de reagir

Quando a raiva aparece, a primeira reação costuma ser de ataque. Mas, o que acontece se você parar por um segundo e refletir? Você tem a chance de escolher como vai reagir, em vez de ser refém da emoção.

Já vi muitas situações em que as pessoas se arrependeram logo depois de reagirem sem pensar. E eu mesma já vivi momentos em que falei coisas das quais não me orgulhei.

Por isso, sempre que sentir a raiva, tente fazer uma pausa. Se você não consegue refletir na hora, tudo bem. Diga que precisa de um tempo para processar e saia da situação. A decisão de reagir mais tarde, quando a mente está mais calma, vai fazer toda a diferença.

A raiva também é uma mensagem

Muitas vezes, a raiva não é um vilão. Ela vem como uma forma de nos alertar. Você já pensou que talvez ela esteja sinalizando algo que você precisa mudar? Seja uma situação, uma pessoa ou até um hábito.

Por exemplo, quando percebo que fico irritada por algo pequeno, geralmente é sinal de que estou sobrecarregada ou negligenciando algo importante pra mim. Então, a raiva pode servir de alerta: “Ei, olha o que está acontecendo dentro de você. Dê atenção a isso.”

Não é fácil, eu sei. Mas a raiva não precisa ser só destrutiva. Ela também pode ser um sinal de que você precisa de algo — mais descanso, mais espaço, ou talvez só mais autoamor.

E por último, se dê um abraço

É sério! Quando você se sentir tomada pela raiva, tente um truque simples: se abrace.

Parece simples, mas não é. O toque é uma forma poderosa de reconectar com a calma. Pode parecer estranho no começo, mas o abraço em si tem o poder de liberar oxitocina, o hormônio da felicidade. Esse simples gesto pode ajudar a suavizar a raiva.

E claro, se não der pra se abraçar no momento, um abraço mental vale. Se imagine se envolvendo em um carinho de si mesma, uma sensação de acolhimento. Dá um alívio instantâneo e te ajuda a dar o próximo passo com mais clareza.

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